Nosso Verão Daria Um Filme (2023) – Crítica

O filme “Nosso Verão Daria Um Filme”, foi lançado em 2023, tendo uma duração de 1h46min. Na direção, conta com a presença de Zacharias Mavroedis. A obra, que pode ser assistida na plataforma Reserva Imovision, tem Yorgos Tsiantoulas, Roubini Vasilakopoulou, Andreas Labropoulos no elenco.

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Nosso Verão Daria Um Filme – Créditos da imagem: Mix Brasil/Reprodução

Sinopse de Nosso Verão Daria Um Filme (2023)

Em Nosso Verão Daria Um Filme vemos dois melhores amigos: Demos (Yorgos Tsiantoulas) e Nikitas (Andreas Labropoulos) aproveitando os dias de verão em uma praia em Atenas, na Grécia. Em meio a suas conversas, eles recordam de várias coisas que aconteceram no último verão, que vão sendo exibidas como se fosse um filme o qual eles planejam criar. No decorrer do processo, pendências entre eles voltam à tona.

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A vida dentro da metalinguística cinematográfica

Nosso Verão Daria um filme é uma comédia bastante agradável, com um pendor popular e que traz pautas interessantes a serem discutidas, mas de forma bastante acessível. A obra, em linhas gerais, aborda questões relacionadas à relacionamentos, não só afetivo/amorosos, mas também de amizade. Fala também, ainda que em menor quantidade, dos problemas geracionais.

Um ponto muito interessante e também o mais forte do forte é a questão da metalinguística. O filme não aborda apenas os elementos citados anteriormente, mas o próprio fazer cinematográfico, versa a respeito do processo de se criar uma história e se fazer um filme com ela, com todas as decisões que isso inclui, desde a criação do roteiro, até a questão da locação, de orçamento, etc.

Durante todo o desenrolar do filme, temos um joguete de cenas, onde por vezes contemplamos a “vida real” dos personagens, e em outros momentos somos contemplados com a visão do filme que está sendo planejado pelos protagonistas. Em outras palavras, a obra toda é permeada, de maneira alternada, por momentos “atuais” dos personagens e por flashs do filme que eles estão desejando montar.

O intuito dos protagonistas é fazerem um filme a respeito de coisas das quais eles viveram, de vivências pessoas e particulares deles. Eles relembram essas vivências, essas situações as quais passaram e as imaginam dentro da perspectiva cinematográfica.

É um filme dentro de um filme dentro de um filme. Somos contemplados não só com as reflexões sobre diferentes questões sobre vivências gays e sobre relacionamento, mas também com o próprio processo em si de contar essa história. Aqui não é só a vida e as experiências de pessoas LGBT dentro de relacionamentos que são abordadas, mas temos a presença de um intenso caráter metalinguístico.

A estrutura e da narrativa da obra vão se aprofundando e ganhando cada vez mais cores e complexidade conforme vai sendo desnudada e desenvolvida aos nossos olhos. A história, que parece simples a priori, vai mostrando num crescente toda a sua densidade. Aqui, a representação da realidade não apenas é construída pelos personagens, mas também os personagens são construídos por essa representação, em um movimento dialético.

Um ponto negativo, por assim dizer, é que o filme peca um pouco em não mostrar mais do personagem Nikitas. Podemos observar muito mais e muito melhor os lados, versões e nuances de Demons com muito mais abundância e riqueza, mas pouquíssimo vemos de Nikitas, de suas angústias pessoais e também de suas mágoas em relação ao amigo.

Nosso Verão Daria Um Filme é um filme leve, divertido e excelente de ser desvendado enquanto expectador.

 

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Redatora web há 7 anos. Faço parte da equipe de redação do Cinemarte, escrevendo reviews das séries e filmes que assisto!

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