Saiu hoje (15) o sexto episódio da série Under The Bridge, transmitida pela plataforma de streaming Hulu. Restam agora mais dois episódios para o fim de série. Saiba tudo o que aconteceu em Under The Bridge S01E06 aqui no Cinemarte!
Recapitulação do episódio 5 de Under The Bridge
Antes de entrarmos propriamente no review de Under The Bridge S01E06, vamos recapitular brevemente o que aconteceu no episódio anterior, ou seja, no episódio 5. Cam tem dificuldades em avançar na investigação e Rebecca se propõe a ajudar. Ela contata novamente o trio Jo/Kelly/Dusty e tenta persuadi-las em contarem o que sabem, com o subterfúgio de que vai ajudá-las. Em seguida, ela vai, junto com o trio, ao local onde está a gangue de garotos. Numa tentativa de ganhar a confiança, toma ácido junto com Warren; ela tenta ir embora, mas está sem condições e Warren a convida a esperar. Vemos o pai de Reena preso e a audiência de liberdade condicional. Cam, numa coletiva com o pai, dá recado para os possíveis suspeitos. Kelly assume com orgulho que matou Reena e Dusty a agride. Junto com Jo, Kelly planeja fazer algo contra Dusty. Além disso, Warren confessa sua participação no crime para Riley.
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Review de Under The Bridge S01E06
Rebecca (Riley Keough), por conta do torpor causado pela droga que tomou com Warren, acaba dormindo no galpão da gangue. Em uma conversa com ele, tenta convencê-lo a contar tudo o que sabe para Cam e diz que, por ele não ter participação, ter sido só testemunha, possivelmente não seria preso. Ela precisa ir para casa para uma resenha por conta do aniversário do pai e convida Warren para ir até lá, onde ela o alimenta e empresta uma roupa do seu irmão.
Fica muito evidente o quanto a morte do irmão pesa para Rebecca, o quanto e como aquilo mexe com ela, o quanto aquilo ainda dói e muito. De alguma forma e em algum nível, ela acaba um pouco transferindo para Warren os sentimentos que tem pelo irmão falecido; ela aparenta querer compensar, através da figura de Warren, o que não pode fazer pelo irmão.
Posteriormente, Rebecca encontra Cam (Lily Gladstone) e tenta convencê-la a ouvir Warren, para obter em primeira mão detalhes mais concretos sobre o que aconteceu da boca de Warren, mas sem prendê-lo (ao menos não de cara); ela afirma que ele testemunhou, mas não participou do ato. Pode ser uma boa estratégia a priori, mas também há seus riscos.
Em um flashback, vemos o momento que Reena meio que decide romper com Jo e Kelly, mas mantém a amizade com Dusty. Além disso, descobrimos que Reena não mandou ninguém a cartinha que ela havia escrito confessando que havia mentido sobre a acusação contra o pai e sim a carta foi encontrada ao acaso por alguém do abrigo.
Vemos aqui uma ambiguidade nos sentimentos de Reena. Por mais que ela se arrependa e se sinta mal por aquilo que fez com o pai, entregar a tal carta significaria voltar para a casa dos pais, para o local em que ela acredita não ter a liberdade que deseja e precisa.
Reena tenha errado enquanto filha (por ter feito uma acusação falsa e grave contra o pai) e errado enquanto mulher (por mais que a quantidade de acusações verdadeiras seja infinitas vezes maior que a de falsas, uma denúncia falsa é usada por pessoas obtusas para descredibilizar vítimas), vemos nela alguém em uma das fases mais complexas da vida, que é a adolescência. Acrescente-se a complexidade dessa etapa o fato de ser uma pessoa não-branca e com uma ascendência indiana, o que a faz sofrer triplicado com o bullyng, pois ele ganha camadas de racismo e xenofobia. Não se está “passando pano” para os erros de Reena. Contudo, se é difícil para qualquer um lidar com isso, imagine para alguém tão jovem.
Cam, juntamente com seu irmão policial, vão ao abrigo onde Warren mora (ou ao menos morava). Descobre-se que Warren tem ascendência indígena. Isso toca de alguma forma a Cam, pois ela é indígena também e, ao que tudo indica, também viveu naquele abrigo por um tempo, antes de ser adotada. Há mais sobre o passado de Cam que gostaríamos de saber e por que ela quis tanto ir embora daquela cidade em outro momento.
O tio de Reena, cansado de esperar uma solução, vai junto com a mãe de Reena no suposto local onde ele encontraria Kelly, Josephine e Dusty, a fim de obter uma confissão dela, forçá-la a falar. Mas ele lembra de quando deixou Reena ali. Percebe que o que ele ia acabar fazendo ali era vingança e não justiça. E vai embora.
O pai de Cam vai a escola com Cam e ambos pegam a confissão da namoradinha de Warren, que conta tudo o que sabe: que ele não só testemunhou, mas também participou do crime, que ele empurrou Reena também. Posteriormente, numa ação da polícia, Cam prende Warren, que vai sem resistir. Jo, Kelly, Dusty e mais alguns adolescentes são presos.
Perto do final, Cam e Rebecca discutem. Rebecca, mesmo após Cam dizer que ele não contou toda a verdade, permanece na defesa de Warren, dizendo que ele é só um garoto, que não poderia acabar com a vida dele por conta de um erro. Cam, atônita, afirma que quer justiça para Reena e todo esse caso a aterroriza.
Esta é uma cena muito importante, não só para a narrativa, para a história ali, mas como ponto de reflexão. Empatia, compaixão e compreensão são elementos fundamentais, são necessários. É importante entender que Warren e Josephine, por exemplo, são jovens que se encontram em situação de vulnerabilidade social, que a sociedade falhou com eles, que precisam de acolhimento, ressocialização e tudo o mais.
Contudo, a empatia precisa ter um limite. Não dá e nem se deve deixar de lado o fato de que eles participaram de um crime bárbaro, um crime de ódio, que torturaram e tiraram a vida de outra pessoa simplesmente por ela ser quem é, por um motivo tão torpe. Reena também era jovem, cheia de vontades, de uma vida toda pela frente e isso foi ceifado dela.