Imaculada (2024) – Crítica do filme

O filme “Imaculada”, dirigido por Michael Mohan, estreou nos cinemas no dia 22 de março desse ano e estreará no Brasil em 30 de maio. A obra, que possui uma duração de 1h29min, conta no elenco com a presença de Sidney Sweeney, Benedetta Porcarolli, Álvaro Morte e Simona Tabasco. Saiba mais aqui no Cinemarte!

Imaculada
Imaculada (2024) – Créditos da imagem: Metacritic/Reprodução

Sinopse de “Imaculada” (2024)

No filme “Imaculada”, uma fervorosa jovem chamada Cecilia (Sidney Sweeney) é recebida calorosamente por boa parte das parceiras de clausura no convento, situado no interior da Itália. Diferente das expectativas que criou, o seu novo lar esconde segredos cabulosos. Após uma gravidez inexplicável e recheada de mistérios, o que começou bem se tornará uma verdadeira tormenta.

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Nem tudo o que começa bem, termina bem

Sidney Sweeney, muita conhecida por sua personagem Cassie na série Euforia, da plataforma de streaming Max, é uma atriz talentosa, que poderia e deveria ter a sua competência e talento mais reconhecido. Quiçá diretores e produtores tenham uma visão engessada e limitada de suas habilidades. Isso é o que ocorre um pouco no filme Imaculada.

De fato, apesar de Sweeney ter uma capacidade dramática expressiva, nem sempre isso é devidamente aproveitado, ao menos no primeiro ato do filme. Nos primeiros 20, 30 minutos, o que se vê é uma Sidney instigada a emular um jeito doce, submisso e, de certa forma, com um apelo sensual. Fica a impressão que a direção da película usou uma visão estereotipada de outro personagem de Sidney e a fez imprimir um pouco disso nesse papel em Imaculada.

Felizmente, do segundo ato do filme em diante, parece que finalmente a direção resolveu usar devidamente o potencial interpretativo de filme e aí a atriz pode então exibir toda a sua habilidade e talento. Aliás, é justamente esse talento inegável da atriz que segura o filme e “salva” o filme do segundo ato até o fim.

A ideia por trás do filme Imaculada é excelente e prometia muito. Com efeito, a impressão que se tem em um primeiro momento é que estamos diante de um terror religioso e sobrenatural, com uma carga, peso e densidade consideráveis e que pode proporcionar reflexões profundas.

Contudo, Imaculada prometeu tudo e não entregou nada. A propósito, não só não cumpre em si o que prometeu, como, por conta justamente disso também, se mostra incrivelmente incoerente, sem coesão alguma, repleto de lacunas e furos.

Em uma das cenas iniciais, o filme mostra um vislumbre de um passado talvez não tão longínquo, onde vemos uma moça fugindo de um grupo de freiras, por alguma razão. Um pouco mais para a frente na obra, quando Cecília ouve alguns lamentos, chega a uma parte dentro da igreja, onde vê uma freira deitada no chão. Ao tentar ver o que está acontecendo e virar o rosto da moça, nota que ela está com o rosto completamente coberto com um tecido vermelho. Em alguns momentos do filme, vemos freiras com essa mesma configuração, porém em nenhum momento eles explicam o que é isso, por que algumas se vestem assim, qual a história por trás, enfim, fica um buraco na narrativa, que poderia tornar as coisas interessantes, mas não foi devidamente aproveitado.

A freira amiga de Cecília, que poderia ser usada posteriormente para incrementar o resto da narrativa e ter um papel um pouco mais relevante, foi descartada cedo, sendo subaproveitada.

Imaculada é um filme que não se decide sobre o que é ou quer ser. Como citado anteriormente, dá a entender que será um terror sobrenatural ou psicológico de fundo religioso, mas descamba para um terror meio trash com algumas pitadas de gore.

Porém, nem tudo é perdido. Há de sermos justos e destacar alguns pontos positivos do filme, como não abusar de jump scares e de alguns clichês. Além disso, outro ponto positivo do filme é que por vezes ele apresenta determinados elementos nas cenas e na narrativa e efetivamente acaba usando depois, como quando, por exemplo, mostra o cravo usado na cruz, enquanto relíquia e posteriormente o mesmo aparece novamente, tendo sua função explicada.

Cabe também ressaltar a crítica que o filme faz sobre o fanatismo religioso e como a religião é usada para justificar atrocidades. Apesar de premissa não ser algo novo, a forma como o filme aborda isso é diferenciada e instigante.

Um dos grandes trunfos do filme, além da atuação espetacular de Sidney Sweeney, é o final. Imaculada, com seu fim polêmico, demonstra coragem. Sim, é um final bastante chocante, que em circunstâncias normais seria completamente abominável. Contudo, dentro das propostas fictícias da narrativa, acaba fazendo sentido.

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Redatora web há 7 anos. Faço parte da equipe de redação do Cinemarte, escrevendo reviews das séries e filmes que assisto!

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