A Primeira Comunhão (2023) – Crítica do filme

O filme “A Primeira Comunhão” foi lançado em março desse ano, tendo Victor Garcia na direção. A referida película espanhola de terror conta com uma duração de 1h39min. No elenco, há a presença de Carla Campra, Aína Quiñones, Marc Soler, entre outros. Saiba mais aqui no Cinemarte.

a primeira comunhão

Sinopse de “A Primeira Comunhão”

Em “A Primeira Comunhão”, são os anos oitenta numa cidade como qualquer outra em Espanha, mais precisamente 1987 no povoado de Tarragona. Sara (Carla Campra) teve que se mudar para este lugar e simplesmente não se sente confortável na cidade. Lá ela tem uma melhor amiga chamada Rebe (Aina Quiñones) que também vive no lugar. Um dia, elas se divertem em uma boate, bebem, se drogam e vivem uma noite inesquecível. Ao voltarem para casa, encontram uma estranha boneca vestida com um vestido de comunhão. Mal elas sabem que essa descoberta mudará completamente suas vidas e os transformará em um pesadelo.

Tensão e suspense no interior da Espanha

(ATENÇÃO! CONTÉM SPOILERS)
Ao ver o título “A Primeira Comunhão” mil e uma coisas passam em nossas cabeças. Um filme que possa mexer com questões religiosas, possessões demoníacas ou qualquer coisa nessa linha. Contudo, o filme não segue essa linha. Aqui, a questão envolve o ritual de primeira comunhão é meramente contextual, como parte de pano de fundo da premissa.
O filme começa forte, com uma cena já intensa, onde uma jovem moça está aterrorizada, afundada em medo e sofrimento psicológico e emocional, pois algo, alguma presença a está atormentando. Seu namorado tenta ajudá-la, mas ela vê algo que ele não está vendo e tal coisa a atormenta. Cansada dessa situação, que ao que tudo indica se arrasta há algum tempo, ela se suicida. É um início que “promete” bastante”.
Ambientado em uma pequena cidade no interior da Espanha no final dos anos 1980, A Primeira Comunhão mostra Sara (Carla Campra), que teve que se mudar com a família para o referido povoado, mas não se sente muito bem ali. Ela tem uma melhor amiga que se chama Rebe (Aina Quiñones), com a qual sai, bebe, se diverte, paqueram garotos.
Em uma noite na qual ela sai escondido com Rebe para uma baladinha, onde bebe, dança, se droga, se diverte. No caminho de volta para casa (junto com mais 2 rapazes, um mais velho e outro mais novo), ela vê um vulto, que pensa ser uma garota perdida. Faz o carro parar e ao caminhar tentando achar a suposta garota, encontra uma boneca, a qual leva para casa pensando que pode ser uma pista para encontrar a suposta garotinha.
A partir daí, a vida de Sara dá uma reviravolta terrível. Ao tomar banho, ela é atormentada por um espírito feminino, que usa um vestido branco de primeira comunhão e a leva para um lugar sujo, escuro e repleto de água. Ela quase se afoga nessa “viagem astral”, mas consegue se safar.
Então, ela, Rebe e o jovem paquerinha de Sara investigam o que pode ter acontecido, de quem é tal boneca. Nesse ínterim, o tio do paquerinha de Sara morre pelas mãos do tal espírito. O trio então segue nessa jornada para descobrir quem e por que atormenta as pessoas.

Como estragar um final razoável

A Primeira Comunhão é o típico filme clichê de terror, daqueles clichês bem “clássicos”. Isso não é necessariamente é um demérito, pois um clichê pode ser bem feito e com isso agradar bastante e ter ótimos resultados. A Primeira Comunhão não tem nada de excepcional. De fato, é um filme mediano. Mas é certamente bem melhor que muitos clichês de terror hollywoodianos, onde a obra é ruim e as atuações piores ainda.
Cabe um destaque para a atuação de Carla (que faz o papel de Sara) e Aina (que faz o papel de Rebe). Elas atuam bem, segurando bem as pontas e ajudando o filme a ter um pouco mais de substância e ser mais interessante.
A Primeira Comunhão, apesar de poder ser considerado mediano, cumpre bem sua função de entreter, despertando e mantendo o interesse do espectador a todo momento, fazendo-o se interessar para saber o que irá acontecer, o que aconteceu, quem causou tudo aquilo.
Contudo, nem tudo são flores. A obra, a despeito da sua tentativa de ir soltando aos poucos alguns elementos e indícios para depois ir costurando-os e amarrando-os, deixa, na verdade, uma série de lacunas e pontas soltas, o que faz com que perca um bocado do sentido e do seu valor.
Mas nada, absolutamente nada supera esse péssimo final. O filme estava caminhando razoavelmente bem até chegar a cena do poço. Aliás, daria ali um final bem bacana, que salvaria um bocado o filme. Na cena do poço, Sara dá de cara a cara com o fantasma da garotinha desaparecida, que tenta tocá-la. Ela então lembra da mãe da garotinha que fala que a garota tinha (enquanto viva; a mãe não sabe que a garota faleceu) manchas pelo corpo e sofria muito bullying com isso, ninguém queria abraçá-la nem nada.
Então, Sara permite que o fantasma da garota a toque e a abraça também (tudo isso enquanto o poço se enche de água). Ao fazer isso, a água do poço começa a se esvair e o espírito da garotinha de liberta. Ao ver isso, o espectador tende a pensar “ah, bacana, mostrando a questão de preconceito, bullying, importância do acolhimento, etc”. Seria uma boa motivação para o fantasma,  daria um outro tom ao filme e seria um final bacana…
Porém não termina por aí. Depois do trio sair do poço, Sara e Rebe vão para a casa de Sara. Sara então se dá conta que a garotinha desaparecida não fugiu por si, mas estaria atrás de alguém e que então elas não teriam libertado o espírito da garotinha, mas algo muito maligno. O tal ser trevoso aparece e o filme acaba.
Isso não se trata de um final aberto. Trata-se de um filme inacabado, sem fim mesmo, que além de não ter sentido algum e não dialogar com nada do que foi trabalhado até ali, é uma tentativa forçada de tentar empurrar goela abaixo uma potencial sequência para a obra. O filme podia muito ter acabado ali na cena do poço, trazendo algum propósito para tudo. Mas a terrível e forçada decisão de roteiro estragou tudo.

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Redatora web há 7 anos. Faço parte da equipe de redação do Cinemarte, escrevendo reviews das séries e filmes que assisto!

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